Paula Maria Todos os dias assistimos à partida de cidadãos bracarenses que procuram uma vida melhor em Angola. A crise económica que tem atirado para as fileiras do desemprego muitos bracarense (distrito é um dos mais afectados pelo desemprego), forçando-os a procurar novas perspectivas, novos rumos. Angola tem sido, nos últimos anos, um país atractivo para quem quer consolidar uma carreira ou, simplesmente, dar uma vida mais digna à sua família. Estima-se que sejam 100 mil os portugueses a viver actualmente na antiga colónia portuguesa, um país que oferece tudo o que Portugal recusa: emprego, bons salários, progressão na carreira, oportunidades de negócio. Para Angola partem empresários, quadros técnicos, recém-licenciados e muitos trabalhadores da construção civil, uma das áreas em forte crescimento. As grandes construtoras montaram ali os seus estaleiros para construírem estradas, apartamentos, hotéis e outras infra-estruturas. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Madeiras do distrito de Braga diz que pelos dados recolhidos, os indicadores apontam para uma procura semelhante àquela que se registava em relação a Espanha, “embora com muitas mais dificuldades quer com os vistos, quer por implicar um maior distanciamento da família, o que não acontecia para o país vizinho”, prossegue. Depois de Espanha, Angola Segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Madeiras, cerca de 20% dos 40 mil trabalhadores da construção civil que trabalhavam em Espanha já conseguiram emprego em Angola. São trabalhadores que, com a crise que afecta o sector, foram atirados para as fileiras do desemprego e procuram um novo posto de trabalho e sustento na antiga colónia portuguesa. O coordenador do sindicato refere ainda que para além destes, muitos desempregados que laboravam em empresas quer do distrito de Braga, quer no distrito de Viana do Castelo também estão a tentar a sua sorte em Angola. “Até agora a grande maioria destes trabalhadores ia já com contratos, ligados às grandes empresas. Neste momento vão à sorte para procurar o seu próprio emprego”. José Maria afirma ainda que o mesmo está a suceder com os pequenos subempreiteiros que estão em dificuldades, quer por falta de pagamento de outras empresas, quer por falta de obras.
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