Um dos hits mais executados nos trios elétricos neste carnaval baiano tenta explicar o que é o kuduro. “Isso não é rap, isso não é samba, essa mania vem de Luanda”, canta Eddye, vocalista da banda Fantasmão, na letra de “Kuduro”. O gênero está ganhando ainda mais adeptos na folia soteropolitana graças a presença de um legítimo representante do kuduro: o cantor angolano Yuri da Cunha, de 28 anos. Ele é atração do bloco Polimania, no Campo Grande, neste sábado (21), e tem feito participações especiais em trios de outros artistas como Margareth Menezes, Jammil e Olodum.
"O kuduro é uma mistura de um ritmo tradicional da Angola, o semba, com a música eletrônica e o rap", detalha Yuri, numa explicação mais complexa que a do Fantasmão. "É sexy, é festivo. Agora que não temos mais guerra queremos mais é alegria. O angolano já esqueceu os anos de conflito". “Vejo muita semelhança entre o kuduro e o axé”, compara Yuri, que veio para a capital baiana acompanhado por um grupo de cantores e dançarinos angolanos. “Brasil e Angola são países irmãos, a Bahia é angolana. É impressionante como já encontrei sósias de meus amigos pelas ruas daqui”, brinca. As semelhanças sócio-culturais não são as únicas responsáveis pela popularização do kuduro neste carnaval. A dancinha rebolativa e um tanto desengonçada, que até exige uma certa dose de desenvoltura muscular, já é febre entre os foliões locais. “É muito sexy. Os baianos aprenderam rápido, e deixaram os passos ainda mais sexy”, garante o angolano. Os planos de Yuri vão além do carnaval. Ele revela que ainda este ano deve graver um DVD com o cantor Alexandre Pires. “Gostaria de poder gravar com Bel Marques, Ivete, Zeca Pagodinho… Seria um sonho poder cantar com o Roberto Carlos um dia”.
0 comentários:
Enviar um comentário